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Por Josi Woodstock, do PopNutri
Escrever sobre uma banda é uma tarefa ilustre demais para considerar apenas a música propriamente dita como objeto principal a ser redigido. O impacto que a letra e sonoridade causam na alma, e o poder que essa mistura tem de agir sobre a existência e a condição do indivíduo, são capazes de tornar pequenos trechos escritos em expressões nobres e verdadeiras sobre a música, muito mais do que uma notícia anunciando um novo disco ou uma nova turnê mundial.
Escrevo sobre Cidadão Instigado não com a intenção de fazer crítica sobre o disco novo, e nem contar a história da banda, mas de deixar registrado em palavras cenas e sons de um show que, sem dúvida foi, o mais importante dos meus dias até hoje: o show do Cidadão que aconteceu no Sesc – Ribeirão Preto, em 26 de fevereiro de 2010.
Fotos não eram permitidas, mesmo assim consegui essa
Cenário não era necessário. A imponência dos integrantes ao manipularem com uma agressividade necessária seus instrumentos trazia para o público canções profundas com melodias extremas incrementadas, com temas universais, como Deus, amor e loucura… sob luzes brilhantes em um galpão que abrigava com humildade um verdadeiro espetáculo de rock’n roll.
A guitarra gritava forte, um barulho ensurdecedor dignamente afinado, guiada pelas mãos de um verdadeiro GuitarHero, Fernando Catatau, que também é vocal e, além do Cidadão, toca com Otto e Vanessa da Mata. Com Clayton Martin na bateria acústica e eletrônica, Rian Batista no baixo e vocal, Regis Damasceno na guitarra, violão e vocal e Dustan Gallas nos teclados e vocais, a banda fez uma performance perfeita, apresentando seu último álbum de estúdio, o UHUU!.
Em Ovelhinhas, música mais aguardada por mim, fui do delírio ao mais puro encontro com a realidade tão sonhada. Foi em Doido, Deus é uma vigem e O nada que ápices de alegria e coro público puderam ser notados no show. Essas excelentes músicas da banda.
“são tantos ossos divididos em mim
sangue descendo e subindo, alimento mutando
foi deus que me fez assim
e também você”
(Trecho da música Deus é uma viagem de Fernando Catatau)
Esse foi o fragmento que cantarolei por vários dias seguintes ao show, no banho, no caminho da padaria, no meu expediente de trabalho e em todos os lugares que passei.
Depois da apresentação, quando tudo parecia acabado e eu já era portadora do disco, vendido ali mesmo como é comum nos shows, eis que ressurge dos camarins Fernando Catatau, com toda a humildade de um grande músico e com palavras simples características de um poeta. Sentou no palco e se pôs a receber os poucos fãs que restavam no local, agradecendo, tirando dúvidas ou então recebendo elogios como o meu, por proporcionar a Ribeirão Preto uma noite tão rica culturalmente falando.
A lista com as músicas a serem apresentadas
Sem delongas agradeci, pedi um autógrafo e não cansei de louvar o verdadeiro GuitarHero da minha vida, aquele que pude tocar suas mãos e ver os pequenos arranhões causado pelo seu dom com as cordas de uma guitarra já velha de guerra. Dirigi-me aos portões para então aproveitar os prazeres proporcionados por esse que foi o show mais importante dos meus dias até hoje. Obrigado Cidadão.
O CD autografado por Fernando Catatau
“e vai caminhar por aí
pensando em seus próprios passos
flutuantes com aquela vontade de sumir progressivamente
e você se vai, vai
e você se vai, vai
desaparecendo aos poucos
e depois voltando a realidade”
(Trecho da música O Nada de Fernando Catatau)
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